Cecília Meireles

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua, para pensar um belo pensamento e pousá-lo no vento!
Quem tivesse um amor longe, certo e impossível para se ver chorando, e gostar de chorar, e adormecer de lágrimas e luar!
Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas, partisse por nuvens, dormente e acordado, levitando apenas, pelo amor levado...
Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula, sem antes nem depois: verdade e alegria...
Ah! Quem tivesse... Mas quem tem? Quem teria?

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