Querido diário,
Cansei do cinza.
Além do lápis preto,
trouxe minha caixa de lápis de cor

Por favor, não acorde
as minhas palavras adultas,
hoje vou desenhar...

Uma casa com chaminé e fumacinha,
Margaridas por toda volta,
Ahhh e uma horta...

Eu detesto natureza morta.
Borboletas, joaninhas
e um so[l]rriso imenso,
um cão sem coleira
e um passarinho, a gaiola dispenso.

Uma janela aberta,
uma menina de trança
e um coração cheio de esperança,

Mas como vou desenhar a esperança,
meu querido diário?

Esperança não se desenha
Nem a lápis, nem a pena
Esperança é a borracha
que apaga tudo que estraga a cena!



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